Colcha de
Retalhos
Barbet
Barbet
20 junho
2012
Parecia alguém conhecido,
Não entendia
bem o que fazia,
Aproximei-me
devagar,
Sem querer
atrapalhar.
O ambiente era
suave,
Mas uma forte luz
emanava dela,
Semelhante a uma
estrela do céu
Colocada em plena
sala de estar.
A cada passo que
dava,
Meu coração apertava,
saltava,
Mas a mulher
concentrada,
Sequer me
notava.
Uma Grande
expectativa,
Metros transformados
em quilômetros,
O tempo parecia
arrastar,
Antes que eu
conseguisse chegar.
Agora sim já bem
perto,
Observei a Grande
colcha em seu colo,
Remendava cada
pedacinho com ardor,
Eram lindos quadros
para compor.
Uns
Mais vivos outros menos,
Uns alegres outros
tristes,
Alguns exuberantes ou
discretos,
Mas todas bordados
pelo tempo.
Já dava para
perceber,
Que ao final DA obra
iria tecer,
O mais belo registro
DA sua vida,
Talhado por suas
próprias mãos.
Uma artesã
delicada,
Dedicada aos desfios
e às tiras,
Bordados e
arremates,
Remendados com total
precisão.
Cheguei mais perto
para olhá-la,
Qual foi meu Grande
espanto quando,
Em seus traços pude
identificar,
A mim mesma em algum
lugar.
Voltei tão
rápido quanto pude,
A atual
realidade,
Com a certeza
DA responsabilidade,
DA colcha em
minhas mãos.
(dedicado ao meu pai amado Ronaldo Rega
Falecido
em 25 de maio 2012)
***
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