sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Quando eu fui uma Bruxa - Barbet

Quando fui Uma Bruxa
08/10/2008
Barbet
Quando fui bruxa,
Há muito tempo atrás,
Sempre tentei ser boa,
O que não evitou que eu fosse parar na fogueira.

O problema é que ninguém entendia,
A minha intenção,
Ajudar a melhorar uma gripe, dar conselhos,
Curar um mal de amor, etc.

Manipulava a natureza com facilidade,
Usava de todos os elementos que conhecia,
Era fácil para mim,
Complicado para outros entenderem.

Todos criam que eu fazia coisas ruins;
Se chovia muito a culpa era minha,
Se não chovia também,
Se os ratos invadiam a aldeia...

Resolvi esquecer,
Seguir e aprender,
Ignorar os riscos,
Paguei um preço mas, valeu a experiência.

***

sábado, 21 de agosto de 2010

QUESTIONEMOS - Cicero Teixeira

Questionemos
Cicero T
22/12/2008

Indago-me, por quê?
Talvez devêssemos ficar estáticos diante de uma realidade não tão dolorosa do que a queda da busca incessável de outra.
O mundo posto pode ser melhor do que o buscado pela vontade.
"Phenomena" ou "nounema"?
Que vontade é essa que causa tanto sofrimento?
Que só traz mais vontade?
E que quando nos "questionemos" não há a resposta para o findo sofrimento?
Melhor um sofrimento estático ou dinâmico?
Melhor um sofrimento remediado do que um em busca de curativos?
Essa não é a simplicidade que busco?
Ou é a que se impõe?
Ou é a minha fragilidade convertida em medo?
Eis, em suma, a verdade, a realidade.
Apresento-vos.

***

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Barquinho - Barbet

O Barquinho
Barbet
12 agosto 2010


O vento suave soprava abafado,
Nem cheio, nem vazio apenas acanhado,
Levava e trazia confusos calafrios
E o barquinho seguia calado.

Ele nem sabia que era de papel,
Colorido, bem forte, mas era tinta seu rostelo.
Foi colocado, empurrado
E a brisa o levou acarinhado.

Gostoso era estar ao sabor do mar,
O céu azul e o horizonte o faziam sonhar,
Mas com o tempo, sem perceber,
Foi-se a tinta que o faziam ver.

Ainda seguia confiante em si,
Os barcos são mesmo assim, feitos para cingir.
O sal o acarinhava sutilmente
Ajudado pela água, o corromperam.

Afundou calado silencioso,
Sem um alarde soltar,
Foi-se com a mesma delicadeza,
Dos que sabem seu destino aceitar.

***