O Barquinho
Barbet
12 agosto 2010
O vento suave soprava abafado,
Nem cheio, nem vazio apenas acanhado,
Levava e trazia confusos calafrios
E o barquinho seguia calado.
Ele nem sabia que era de papel,
Colorido, bem forte, mas era tinta seu rostelo.
Foi colocado, empurrado
E a brisa o levou acarinhado.
Gostoso era estar ao sabor do mar,
O céu azul e o horizonte o faziam sonhar,
Mas com o tempo, sem perceber,
Foi-se a tinta que o faziam ver.
Ainda seguia confiante em si,
Os barcos são mesmo assim, feitos para cingir.
O sal o acarinhava sutilmente
Ajudado pela água, o corromperam.
Afundou calado silencioso,
Sem um alarde soltar,
Foi-se com a mesma delicadeza,
Dos que sabem seu destino aceitar.
***
Nenhum comentário:
Postar um comentário